quarta-feira, 25 de agosto de 2010

FALSO MORALISMO


Um pai de família, que morava num prédio de dois andares, arrendou a parte de baixo da casa para uma danceteria. Todos os fins de semana havia ali uma reunião dançante. Ele, de vez em quando descia até lá e se juntava ao grupo para também se divertir.

Certa noite, depois de se divertir um pouco, decidiu ir dormir. Mas não conseguia pegar no sono por causa do barulho lá em baixo. Ele então resolveu descer para por ordem na casa. Subiu numa cadeira e começou a falar, pedindo que se fizesse mais silêncio, pois queria dormir. Mas, em vez de silêncio, o que se ouviu foram assovios, vaias e muita gargalhada. Foi então que ele se deu conta do seu erro: havia se esquecido de colocar roupa, estava só de cueca.

Quem já não ouviu falar do moralista de cueca? Moralista de cueca é alguém que quer impor certas regras e costumes, sem que tenha moral para isso. É uma pessoa desacreditada, que diz uma coisa, mas faz algo bem diverso do que apregoa. É um falso moralismo, em que se impõe que os outros façam uma coisa, mas que eles próprios não fazem. É o tal: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

Esses falsos moralistas estão em toda parte. Estão, por exemplo, na igreja. Muitos líderes religiosos impõem grandes restrições aos seus fiéis, proibindo-lhes quase tudo. Mas eles praticam pecados grosseiros. Volta em meia a impressa divulga casos cabeludos envolvendo algum líder religioso, como pedofilia, adultério, roubo, lavagem de dinheiro, charlatanismo, que escandalizam a sociedade inteira.

Esses falsos moralistas estão também na política, onde muitos políticos querem ser os baluartes da verdade, mas não passam de mascarados, hipócritas e fingidos. Há políticos que passam a vida toda criticando os seus adversários por fazerem isso e aquilo. Até que chegam ao poder. Então fazem a mesma coisa que eles condenavam nos outros.

Esses falsos moralistas já existiam nos tempos de Cristo. Eram os escribas e fariseus. Eles se fingiam de santos, mas praticavam coisas piores do que os outros. Cristo os desmascarou, chamando-os de hipócritas, sepulcros caiados e cobras venenosas (Mateus 23.13-28).

E Jesus, além de desmascará-los, nos ensinou como reconhecer um falso moralista: “Pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”, diz ele (Mateus 7.20,21).

É através da vida, da conduta, que conhecemos uma pessoa. Quando alguém diz uma coisa, mas vive fazendo uma coisa totalmente diferente do que prega, esse é um hipócrita, um falso moralista. Esse tal não merece o nosso respeito.

Cuidemos, pois, com os falsos moralistas, prestando atenção não tanto ao que dizem, mas sim, no que fazem – pois, conforme diz um ditado: “O exemplo vale mais do que muitas palavras”.

Sobretudo, cuidemos para não sermos nós mesmos incluídos entre os falsos moralistas, dizendo uma coisa e fazendo outra. Para isso sigamos o exemplo de Cristo, que não apenas mandou praticar o bem, mas andou fazendo o bem a todos, especialmente ao dar a sua vida em favor da humanidade.

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

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