quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A MENSAGEM DAS VELAS


Numa gruta abandonada pelos homens havia quatro velas acesas. As velas falavam. A primeira vela dizia: “Sou a Paz. Sem mim o mundo seria desgraçado, todos se matando por nada. Ilumino o caminho do trabalho, da concórdia e do progresso”. Nisso, o vento entrou por uma fresta e apagou a vela da Paz.

A segunda vela também falou: “Sou a Fé. Sem mim a humanidade não valeria nada, seria um animal desnorteado, sem saber onde está e para onde vai. Ilumino a alma do homem, levando-o para o caminho de Deus e dos anjos”. Novamente o vento entrou por uma fresta e apagou a vela da Fé.

A terceira vela parecia a mais bonita, a que iluminava mais forte e mais longe: “Sou o amor. Sem mim os homens seriam vazios, não se compreenderiam, não saberiam o que fazer de si mesmos”. Mais uma vez o vento entrou e apagou a vela do Amor.

Sobrou a última vela, que parecia a mais modesta e inútil: “Sou a Esperança. Não devo valer muita coisa, nada faço materialmente, mas aqui estou, com uma vantagem sobre as demais: nenhum vento me apaga. E tem mais: como continuo brilhando aqui no meu canto, escondidinha e humilde, faço sempre o meu trabalho. Sem mim a escuridão seria total e eterna”. E dizendo isso a vela da Esperança acendeu as outras velas, passando a sua luz para a Paz, o Amor e a Fé.

Diz a Palavra de Deus: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor; estes três, porém o maior destes é o amor” (1 Coríntios 13.13).

Felizes são os que em meio às lutas e adversidades, em meio a doenças, fracassos e decepções, encontram forças para manterem vivos dentro de si a fé, a esperança e o amor.

A fé é uma força poderosa. Ela vem de um coração que crê em Jesus, que deu sua própria vida por causa de nossos pecados, que perdoa quem se arrepende e nele crê de coração.

A esperança também é uma força poderosa. Quando a esperança se vai, o que é que resta? Muitos caem logo no desespero. Quer dizer: quem não tem esperança acaba não mais confiando sua vida e seus problemas ao Senhor, porque já não mais espera pela sua ajuda.

E o amor? Somente o amor pode preencher os vazios que resultam dos sonhos não realizados e dos desejos não atingidos. Alguém disse certa vez: “Sempre que existe um vazio em sua vida, enche-o de amor”.

Que todas as velas fiquem acesas sempre, iluminando o nosso caminho e apontando para Cristo: o caminho, a verdade e a vida – somente através de quem podemos chegar a Deus.


Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O FOLIÃO MASCARADO

Era época de Carnaval. Um dos foliões, que morava no interior, se preparou para ir ao ensaio na cidade. Colocou uma máscara de diabo no rosto, pegou o carro e saiu. No caminho ele foi surpreendido por uma tempestade. O seu carro desgovernou, saiu da estrada e caiu num precipício. Apesar dos estragos, ele saiu com vida.

Desorientado, o folião procurou algum socorro. Caminhou um pouco e logo avistou, não muito longe, uma igreja com os fiéis reunidos nela. Os fiéis, vendo este homem mascarado, pensando que fosse o diabo, se puseram a correr. Uns saíram pela frente, outros fugiram pelos fundos e ainda outros pularam pela janela.

Mas, uma senhora, meio idosa, por causa da sua idade, não conseguiu fugir. E foi a ela que o homem se dirigiu para pedir socorro. Ela, porém, com medo, não sabendo o que fazer, se ajoelhou diante dele, exclamando: “Senhor Satanás, não me faça nenhum mal, pois somos amigos. Na verdade, nestes meus quase setenta anos de idade, embora tenha sempre procurado servir a Deus, nunca deixei de lhe servir também um pouco”.

Esta história, meio pitoresca, nos mostra o que realmente acontece na vida de muitas pessoas. Elas se dizem cristãs, mas nunca deixam de servir também um pouco ao diabo. Elas estão sempre com um pé na igreja e o outro no mundo, isto é, querem servir a Deus e ao diabo ao mesmo tempo.

E isso, conforme a Bíblia, não é possível. Diz Jesus no Evangelho de Mateus, capítulo 6, versículo 24: “Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas”.

É muito conhecida a história daquele rapaz que, ao atravessar uma ponte perigosa, começou a pedir a ajuda de Deus. Mas, com medo de que o diabo o pudesse derrubar, começou também a pedir a ajuda dele, dizendo, na medida em que ia atravessando a ponte: “Deus é bom, mas o diabo também não é ruim”.

Na vida cristã não é possível, conforme se costuma dizer, acender uma vela para Deus e outra para o diabo. Precisamos de nos definir. As duas coisas não se conciliam – ou seguimos bem a Deus ou seguimos ao mundo.


Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil