quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O FOLIÃO MASCARADO

Era época de Carnaval. Um dos foliões, que morava no interior, se preparou para ir ao ensaio na cidade. Colocou uma máscara de diabo no rosto, pegou o carro e saiu. No caminho ele foi surpreendido por uma tempestade. O seu carro desgovernou, saiu da estrada e caiu num precipício. Apesar dos estragos, ele saiu com vida.

Desorientado, o folião procurou algum socorro. Caminhou um pouco e logo avistou, não muito longe, uma igreja com os fiéis reunidos nela. Os fiéis, vendo este homem mascarado, pensando que fosse o diabo, se puseram a correr. Uns saíram pela frente, outros fugiram pelos fundos e ainda outros pularam pela janela.

Mas, uma senhora, meio idosa, por causa da sua idade, não conseguiu fugir. E foi a ela que o homem se dirigiu para pedir socorro. Ela, porém, com medo, não sabendo o que fazer, se ajoelhou diante dele, exclamando: “Senhor Satanás, não me faça nenhum mal, pois somos amigos. Na verdade, nestes meus quase setenta anos de idade, embora tenha sempre procurado servir a Deus, nunca deixei de lhe servir também um pouco”.

Esta história, meio pitoresca, nos mostra o que realmente acontece na vida de muitas pessoas. Elas se dizem cristãs, mas nunca deixam de servir também um pouco ao diabo. Elas estão sempre com um pé na igreja e o outro no mundo, isto é, querem servir a Deus e ao diabo ao mesmo tempo.

E isso, conforme a Bíblia, não é possível. Diz Jesus no Evangelho de Mateus, capítulo 6, versículo 24: “Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas”.

É muito conhecida a história daquele rapaz que, ao atravessar uma ponte perigosa, começou a pedir a ajuda de Deus. Mas, com medo de que o diabo o pudesse derrubar, começou também a pedir a ajuda dele, dizendo, na medida em que ia atravessando a ponte: “Deus é bom, mas o diabo também não é ruim”.

Na vida cristã não é possível, conforme se costuma dizer, acender uma vela para Deus e outra para o diabo. Precisamos de nos definir. As duas coisas não se conciliam – ou seguimos bem a Deus ou seguimos ao mundo.


Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil




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