sábado, 25 de setembro de 2010

FIDELIDADE


Corria o ano 155 da era cristã. Um velhinho, de cabelos brancos, com 87 anos, está perante o juiz, acusado de um grande crime: ser cristão. Seu nome é Policarpo.

O juiz, quando vê aquele homem tão idoso, fica com pena dele. Sabia que Policarpo era um homem de bem e não achava certo queimar uma pessoa assim no fogo. Por isso procurou ser bondoso para com ele. Sugeriu que ele negasse a Cristo por apenas alguns instantes, que ele o soltaria.

A esta sugestão carnal Policarpo respondeu: “Oitenta e seis anos servi ao Senhor e ele nunca me fez mal. Como posso agora negar o meu Salvador e blasfemar contra ele, ele que me salvou?”

E, quando o juiz, irritado, ameaçou jogá-lo no fogo para fazer medo nele, Policarpo respondeu: “Não tem problema, pode me jogar no fogo, se quiser. Mas não se esqueça de um outro fogo que irá atormentar o seu espírito eternamente”. E Policarpo morreu queimado. Hoje ele está no céu com Jesus.

Policarpo foi apenas um dos muitos que foram mortos, queimados no fogo. Além dele, milhares de outros foram perseguidos e mortos. E foi para fortalecer a fé dessa gente que Cristo mandou escrever o livro de Apocalipse, no qual encontramos as seguintes palavras: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida eterna” (Apocalipse 2.10).

Essa mesma exortação é dirigida também a nós cristãos do século 21: jovens, velhos, crianças e adultos. Hoje não sofremos perseguições como nos tempos bíblicos. Ninguém de nós ainda foi preso por causa de sua fé. Mas nem por isso podemos ficar despreocupados. Hoje os perigos são outros.

Naquela época as perseguições visavam a vida da pessoa, matava-se o corpo. Hoje mata-se a alma. E a grande arma de Satanás é a sedução. Ele oferece a todos prazeres, vida fácil, solução para os seus problemas através da macumba, droga e feitiçaria. E, depois, quando a pessoa vai na sua conversa, ele exige a sua alma. Por isso a Bíblia nos adverte dizendo: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar. Resisti-lhe firmes na fé” (1 Pedro 5.8,9).

Quando Deus nos adverte contra os perigos do mundo, ele não está querendo o nosso mal, mas sim o nosso bem. Deus não é o tira-prazer de ninguém. Deus quer apenas a nossa felicidade eterna.

Muitas pessoas, quando ouvem falar de Cristo, o seguem com muita alegria. Mas com o passar do tempo vão se envolvendo com o mundo e perdem a sua fé. Quantas pessoas já não foram membros ativos na congregação, se deixaram levar pelo mundo e hoje não são nada. Isso acontece na nossa igreja, acontece nas outras igrejas e aconteceu também nos tempos bíblicos.

Não basta apenas se tornar cristão. É preciso continuar cristão, permanecer cristão, ser cristão sempre, até a morte.

Um jovem, muito cristão, foi ao baile. Queria ver o que se fazia lá. Lá pela meia noite estourou uma briga. E ele, levado pelas más companhias, havia tomado uns goles, quis dar uma de valentão. Resultado: levou um tiro na cara e morreu. Não foi fiel, e com a morte pode ter perdido a coroa da vida eterna.

Um senhor, chefe de família, também cristão, num momento de fraqueza, se envolveu com a mulher do vizinho. Um dia ele foi pego em flagrante e morto a paulada pelo marido dessa mulher. Não seguiu a recomendação de Jesus e perdeu a coroa da vida eterna.

Outro senhor, sempre ativo na igreja, por causa de problemas pessoais, começou a se afastar da igreja. Deixou de participar dos cultos, de ir a Santa Ceia e de ler a Bíblia. Um dia, na hora do culto, em lugar de ir para a igreja, foi dar um passeio. Na volta, meio embriagado, bateu o carro, morrendo na hora. Onde está ele agora, no céu? Será que não perdeu a coroa da vida eterna?

A pior coisa que pode acontecer a uma pessoa é perder a vida eterna. É uma perda irreparável. Pior do que perder a Copa do Mundo.

Os atletas gregos, nos jogos olímpicos, se preparavam durante anos a fio para conquistar uma coroa de flores. Hoje os corredores ganham um pouco mais do que flores. Ganham uma medalha de ouro.

O prêmio que Cristo promete ao vencedor na corrida à eternidade é muito mais do que uma coroa de flores ou uma medalha de ouro. É a coroa da vida eterna, o direito de morar com ele no céu. Vale à pena esforçar, permanecer fiel, para não perder esse prêmio.

Corramos, portanto, sempre firmes em direção à vida eterna, não olhando para o que os outros falam ou dizem de nós. Olhemos firmemente para Jesus, o autor e consumador da fé, do qual depende a nossa salvação, bem como forças para chegar à pátria celestial.

Que Deus nos mantenha fiéis na fé em Cristo Jesus até à morte e nos dê, na sua graça, a coroa da vida eterna.


Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil



sábado, 4 de setembro de 2010

AS MÃOS


Certo político estava indo a um comício, quando o seu carro quebrou. Como não tinha outro jeito, ele mesmo teve que consertar o carro. Com as mãos sujas de graxa, ele foi ao comício. Lá chegando, foi convidado para subir no palanque e fazer o discurso.

Como era do seu costume, no meio do discurso, levantou as mãos, dizendo: “Olhem as minhas mãos. Eu sou um homem de mãos limpas. Nunca manchei as minhas mãos com nada”.

A platéia, quando viu as suas mãos sujas de graxa, começou a gritar e a vaiá-lo com toda força, pois sabia muito bem quem ele era: era um político de mãos e de alma suja.

As mãos revelam o nosso interior. Existe tudo que é tipo de mãos. Existem mãos limpas e mãos sujas. Mãos paradas e mãos ativas. Mãos vazias e mãos cheias. Mãos criminosas e mãos santas. Mãos que castigam e mãos que acariciam. Mãos que ferem e mãos que curam. Mãos que semeiam e mãos que colhem. Mãos que desviam e mãos que orientam.

As mãos. Você já parou para pensar como são importantes as nossas mãos? Quantas coisas elas revelam? A história de nossas mãos é a história de nossas vidas. Vidas que existem pelo poder criador das mãos de Deus.

Quase dois mil anos se passaram desde que o Servo do Senhor veio para servir-nos com as mãos estendidas, pregadas na cruz. O sacrifício do Filho de Deus inspira milhares e milhares de seguidores de Cristo a servirem ao Senhor e ao próximo. São mãos que não receiam calos, mãos de amor e sacrifício. As mãos cicatrizadas de Cristo atestam o seu profundo amor salvador por todos nós.

As mãos de Cristo foram afáveis sobre as cabeças das crianças que abençoava. E foram rudes quando fizeram estalar o chicote para expulsar os vendilhões do templo, que estavam fazendo da casa de Deus uma casa de negócios. Foram mãos que repartiram pão e acalmaram tempestades. Foram mãos que se deixaram pregar na cruz para nos assegurar um céu aberto e uma eternidade feliz.

Olhe as suas mãos. Examine-as. Elas vieram vazias ao mundo e vazias um dia deixarão o mundo. Qual o conteúdo delas durante esta vida? O que elas fazem e o que carregam? O que seguram e com que se ocupam?

Deus quer encher estas suas mãos com o conteúdo das mãos de Cristo. Ele quer enchê-las com seu amor, para que as suas mãos sejam mãos que se movimentam em direção à vida eterna.



Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil