Conta-se que certo rabino teve de abandonar a sua terra. Por isso saiu numa longa peregrinação, montado em seu jumento. Levava consigo um candeeiro para estudar a lei à noite, e um galo que lhe servisse de despertador.
Chegando a uma pequena vila, procurou um lugar para repousar, mas ninguém lhe deu abrigo. Desolado, o rabino procurou pousada em um bosque dos arredores, debaixo de uma frondosa árvore. Acendeu o candeeiro, fez as suas preces e iniciou a leitura da lei. Mas um vento muito forte apagou o candeeiro. O que fazer? “Deus sabe o que faz”, resignou-se ele e deitou-se para dormir.
Ao amanhecer, verificou horrorizado, que durante a noite, um lobo devorara o galo, e um leão o seu jumento. “Deus sabe o que faz”, balbuciou o rabino. E foi até a aldeia que lhe recusara pousada, para ver se arranjava alguma coisa.
Mas, que horror! Ali não havia ninguém. A vila fora saqueada, e os seus habitantes, mortos. Durante a noite, uma tribo inimiga, vinda das montanhas, havia assaltado a vila, destruindo tudo e matando a todos.
Diante desse quadro, o rabino disse para si mesmo: “Se eu tivesse dormido na vila, eu teria sido morto, como os outros. Se o candeeiro não tivesse apagado, os bandidos me teriam achado. Se o galo tivesse cantado ou o burro zurrado, eles revelariam a minha presença; e a estas horas eu estaria morto. Portanto, em vez de me lamentar, devo agradecer a Deus, porque ele sabe o que faz”.
Todos nós conhecemos a expressão: “Deus escreve certo por linhas tortas”. Deus permite, às vezes, que passemos por algumas situações difíceis na vida, para nos libertar de um mal maior. Diz o apóstolo Paulo em Romanos, capítulo 8, versículo 28: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.
Por isso, em vez de ficar lamentando quando nos acontece alguma coisa desagradável louvemos a Deus – pois ele sabe o que faz.
Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
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