domingo, 14 de setembro de 2008

DESCONTENTAMENTO

Havia um homem no Irã que se chamava Ali. Ali era um homem muito rico: tinha uma grande fazenda, uma bela esposa e cinco lindos filhos. Ele era um homem feliz. Ele próprio costumava dizer: “Se uma pessoa tem esposa, filhos, saúde e dinheiro, ela é feliz”.

Ali continuou feliz até o dia em que um viajante veio visitá-lo e começou a falar em diamantes. Ali nunca tinha ouvido falar em diamantes, mas ficou encantado quando o viajante comentou: “Eles são as coisas mais lidas do mundo. O seu brilho é maior do que um milhão de sóis juntos”.

De repente Ali passou a sentir-se meio descontente. Aquilo que ele possuía não mais lhe satisfazia. Perguntou então ao viajante onde ele poderia encontrá-los. E o viajante respondeu: “Dizem que é possível achá-los em qualquer parte do mundo. Procure um riacho de águas transparente correndo sobre areia branca, em região montanhosa, e ali você achará diamantes”.

Ali então tomou uma decisão: vendeu a fazenda, deixou a esposa e se lançou em busca de diamantes.

Viajou pela Palestina, depois ao longo do rio Nilo, entrando a seguir na Espanha. Ele procurava areias brancas, montanhas altas e águas transparentes. Mas nada de encontrar diamantes. Por fim, cansado, sem dinheiro e sem amigos, num acesso de desespero, lançou-se no mar e morreu.

Nesse meio tempo, enquanto Ali procurava desesperadamente um diamante, o homem que adquirira a sua fazenda, achava, junto ao rio, uma bonita pedra; sem saber, no entanto, o que era.

Um dia apareceu novamente o viajante na fazenda. Vendo aquela pedra, perguntou ao novo proprietário onde o tinha encontrado. E o fazendeiro então contou que foi junto às águas do rio, onde todos os dias ele levava os seus jumentos a beber água.

Os dois correram para lá, cavaram um pouco e acharam mais diamantes. Esse achado se transformou na maior mina de diamantes do mundo: a mina de diamantes Golconda.

A história acima é verdadeira e contém uma grande lição. Ali era feliz e tinha tudo para continuar sendo feliz. Mas o desejo de possuir diamantes o levou ao descontentamento e à infelicidade. Gastou a vida em busca daquilo que já possuía.

O descontentamento, disse alguém, é o câncer da humanidade. Ele destrói todo o prazer de viver, levando a pessoa à infelicidade. Quantas pessoas têm tudo para serem felizes, mas como Ali, vivem descontentes, em busca daquilo que já têm.

Há pessoas que têm uma bela família. Vivem felizes em companhia da esposa e dos filhos. Mas, de repente, acham que não são felizes. Intrometem-se na família alheia, tomando a esposa e o marido dos outros. Depois, então se dão conta do seu erro: de que eram felizes e não sabiam.

Outras pessoas têm um bom emprego, uma boa casa e um bom nome. Mas não estão felizes. Acham que mudando de vida ou de lugar, vão ser felizes. Depois descobrem o erro que cometeram.

Ainda há pessoas que têm comida, roupa para vestir e saúde. Mas não são felizes, porque ficam olhando para a felicidade dos outros, achando que pelo fato dos outros terem isso ou aquilo, são mais felizes do que elas.

Procuram então possuir aquilo que os outros têm para serem felizes. Trabalham, ou melhor: se arrebentam, jogam na loteria, usam de desonestidade. Enfim: fazem das tripas o coração. E nunca são felizes.

Mesmo muitas daquelas pessoas que têm grandes bens, como terra, comércio, casas, não são felizes. Por isso compram terra e mais terras, casa e mais casas para serem felizes. Por fim não conseguem mais dormir. E, muitos, como Ali, acabam se suicidando.

De fato: o descontentamento é um grande mal, que pode levar muitas pessoas à infelicidade. Por isso diz o autor da carta aos Hebreus: “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca, jamais te abandonarei” (Hebreus 13.5,6)

E o apóstolo Paulo acrescenta, dizendo aos seus seguidores: “Contentai-vos com o que tendes. Pois grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Pois nada temos trazido ao mundo e nada podemos levar dele: tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1 Timóteo 6.6-8).

O apóstolo não apenas disse as palavras acima, mas ainda experimentou na sua vida o que é o contentamento. Numa certa ocasião ele disse: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado, como também ser honrado. De tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura, como de fome, assim de abundância, como de escassez. Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.11-13).

A verdadeira felicidade de uma pessoa não consiste em ter muita riqueza, muito luxo e muito conforto. Há pessoas que tem tudo isso, e não são felizes. Vivem tomando calmantes para poderem dormir e ingerindo drogas para esqueceram os seus problemas. Os seus lares são uns verdadeiros infernos, em que um briga com o outro.

De outro lado, há pessoas que nem casa elas não têm: vivem de aluguel. Não têm nenhum luxo e nem conforto. O seu dinheiro mal dá para comprar comida. Mas elas são felizes. A família é unida, os filhos respeitam os pais e o casal se ama. É que elas têm Jesus no coração.

E isso faz uma diferença enorme. Pois em lugar de ficar tomando calmantes e ingerir drogas para esquecerem os seus problemas, elas vão à igreja onde recebem os conselhos da Palavra de Deus, que as tranqüiliza e consola.

Não é pecado ser rico, ter conforto e viver uma vida boa. Errado é gastar mais do que se pode gastar, é fazer dessas coisas a razão de sua felicidade.

Há, por exemplo, pessoas, que estão tão endividadas, que não conseguem nem dinheiro para comprar comida. A sua casa é um luxo, mas a sua mesa é uma miséria. O pior de tudo é que elas nunca têm dinheiro para a igreja, pois nunca sobra nada. E eu pergunto: como uma pessoa assim pode ser feliz, que vive atolada em dívida, sempre com a corda no pescoço?

Aprendamos a lição do contentamento. Não façamos como muitas pessoas estão fazendo, que arruínam a sua felicidade por causa do seu descontentamento. Mas façamos com aquelas pessoas, que aprenderam a viver contente em toda e qualquer situação.

Lembremos-nos sempre de que “nada temos trazido para o mundo e nem coisa alguma podemos levar dele: tendo o sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1Timóteo 6.8).

Deus é o nosso Pai. Ele, além de nos dar o sustento de cada dia, nos deu o que de mais precioso pode existir: o seu Filho Jesus. Jesus, com a sua vida, morte e ressurreição nos conquistou um lugar no céu, onde há alegrias eternas.

Ele espera apenas que o aceitemos como o nosso Salvador, que creiamos nele e andemos nos seus caminhos para que tenhamos vida em abundância.

Contentemos-nos, pois, com o que temos, sabendo que Deus nos garante paz e segurança aqui na terra e, no futuro, a vida eterna que ele, em sua graça, nos promete dar.

Lindolfo Pieper

Jaru, RO – Brasil

Igreja Evangélica Luterana do Brasil


sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O SENHOR É O MEU PASTOR


Certa vez um conferencista muito famoso foi assistir a um culto no domingo de manhã em uma igreja na Escócia. Como se tratasse de um grande orador, foi-lhe pedido que recitasse o Salmo 23. Ele concordou. Recitou com muita graça e perfeição o salmo. A congregação ficou impressionada com a sua declamação.

Em seguida alguém da platéia pediu que o pastor recitasse o mesmo salmo. Humilde, mas sinceramente, ele o fez com grande sentimento. Quando terminou, a congregação tinha lágrimas nos olhos de emoção.

O culto terminou. Um amigo do conferencista veio ter com ele e perguntou-lhe se havia notado o efeito diferente que as duas recitações tinham tido sobre o povo. Por um momento o orador guardou silêncio. Depois replicou com um alto senso de humildade: “Sim, eu notei. É que eu conheço o salmo, mas ele conhece o pastor”.

O Salmo 23 é o salmo mais bonito, conhecido e lido por todos. Quantas pessoas, no leito da morte, já não recitaram este salmo? Outras pessoas, em momentos de dificuldades, tribulações e angústias encontraram neste salmo consolo, conforto e ânimo.

O Salmo 23 é tão consolador e confortante porque nasceu da experiência do próprio autor. O salmista Davi neste salmo conta a sua própria experiência. Ele no Salmo 23 retrata a sua própria vida.

Assim como as ovelhas estão sujeitas a muitos perigos, necessitando de alguém que as cuide, assim também ele, Davi, precisava de um bom pastor que tomasse conta de sua vida nesse mundo de perigos, dificuldades e tentações. Portanto, para entendermos bem o Salmo 23 é preciso que conheçamos alguma coisa sobre as ovelhas.

A ovelha é um animal manso, indefeso e que necessita de muitos cuidados da parte do pastor. Especialmente nos tempos bíblicos, em que foi escrito o salmo, existiam muitos ladrões, assaltantes e animais ferozes. O pastor tinha que ficar em constante alerta contra os perigos. Além disso, era o pastor que levava as ovelhas para o pasto e depois as reconduzia de volta.

Também nós nesta vida enfrentamos muitas dificuldades, perigos e obstáculos. Precisamos muito de um bom Pastor que nos ajude. E Deus está sempre pronto para nos ajudar e defender contra todos os perigos. Ele não nos deixa faltar nada: dele vem o sustento e a força para a vida. Por isso podemos dizer: “O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará”.

Um dos trabalhos do pastor de ovelhas era procurar sempre a melhor pastagem para as suas ovelhas, como também água limpa e fresca. E os pastores faziam isso com muito cuidado, porque sabiam que disso dependia o seu sucesso como pastor.

Também o nosso bom Pastor Jesus procura sempre o melhor para nós. Deus nos ama e por isso procura sempre o nosso bem. Tudo o que precisa ser feito por nós, ele o faz.

Embora o pastor de ovelhas sempre deseje o bem de suas ovelhas, ele, no entanto, tinha que fazer algumas coisas com elas que elas não gostavam.

Quando, por exemplo, elas estavam com bicheira, era preciso colocar remédio na ferida, o que ardia muito. Outras vezes ele tinha que lhes aplicar uma injeção ou ainda fazer uma pequena cirurgia a fim de abrir um tumor.

Também nós como cristãos passamos por coisas que não gostamos e nem entendemos. Algumas vezes são problemas financeiros, outras vezes é um acidente, doença ou ainda a morte. Mas Deus sabe o que é melhor para nós. Diz ele em sua Palavra, em Isaías 29: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito: pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais”.

Deus nunca deseja o mal de seus filhos, mas sempre o bem. Por isso doenças, dificuldades nos negócios, acidentes e morte, não devem ser considerados pelo cristão como um castigo, mas sim como uma bênção. É o que o apóstolo Paulo diz em Romanos 8.28: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”.

Mas o pastor de ovelhas tinha que fazer coisas ainda piores do que aplicar injeção e rasgar tumores: ele tinha que às vezes quebrar a perna das ovelhas rebeldes e fujonas para que ficassem junto com as outras ovelhas.

Um pastor conta que ele tinha certa vez uma ovelha que não lhe obedecia: sempre passava na cerca, fugia e não queria ficar junto com as outras ovelhas. Ele fez de tudo para segurá-la: colocou-a num pasto melhor, mas nada adiantou.

E, a fim de que ela não estragasse as outras ovelhas, o pastor teve que fazer uma coisa que ele não gostava, mas que foi obrigado a fazer: teve que quebrar uma das pernas da ovelha. E depois que ele quebrou a perna dela, ela nunca mais saiu do pasto e nem se afastou das outras ovelhas.

Quantas vezes nós como cristãos também nos afastamos da comunhão com Deus, nos tornamos rebeldes, fugimos e não mais o obedecemos. Deus nos chama de volta pelo Evangelho, faz de tudo para não nos perder. Mas quando ele vê que não tem jeito, ele nos joga na cama, permite acontecer um acidente na nossa vida, um fracasso financeiro, a fim de nos trazer de volta para a Cristo. É o que nós lemos em Hebreus 12: “Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele é reprovado. Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo a quem recebe como filho”.

Nesse sentido a própria morte do cristão pode ser considerada uma bênção: Deus o está chamando ao descanso eterno antes que ele se desvie ou sofre mais sobre a terra. Deus conhece a vida e o fim de cada um de nós. Ele sabe o que pode acontecer quando uma pessoa viver mais tempo sobre a terra.

Por isso, antes que ele se desvie ou passe por grandes sofrimentos, Deus o leva para junto de si. Ouçam o que Deus diz em Isaías 57: “Perece o justo e não há que se impressione com isso? E os homens piedosos são arrebatados, sem que alguém considere nesse fato! Pois o justo é levado antes que venha o mal e entra na paz. Descansem nos seus leitos os que andam em retidão”.

Por isso dizemos no Salmo 23: “Ainda que eu ande pelo vele da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo”.

Ora, se Deus está conosco e se Deus só deseja o nosso bem, então não precisamos ficar com medo, mesmo quando passamos por momentos difíceis, pois tudo cooperará para o nosso bem.

E, quando as dificuldades da vida forem tão grandes que não podemos mais suportar, fazendo a nossa alma sair do corpo, podemos ter a certeza de que “habitaremos na casa do Senhor para todo o sempre”.

Esse é o Salmo 23. Aqui está o motivo porque os cristãos, nas mais diversas situações, encontram consolo, conforto e ânimo nesse salmo.

Conhece você o bom Pastor? Pode você dizer o mesmo que o salmista Davi: “O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará?”.

Se a sua resposta for sim, então enfrente a vida com a cabeça erguida, certo de que com a presença do bom Pastor Jesus nada lhe faltará. De que, enquanto estiver aqui neste mundo, neste vale de lágrima, a bondade e a misericórdia do Senhor lhe acompanhará todos os dias da sua vida. E quando a vida terminar, você tem a certeza de que irá habitar com o Senhor para todo o sempre. Amém.

Lindolfo Pieper

Jaru, RO – Brasil

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

JESUS E A MARIA MADALENA


O delegado de polícia precisava de mais um investigador, e um candidato foi chamado para a entrevista. “Quanto é 1 mais 1?” começou o delegado. “Onze”, foi a resposta. O delegado pensou consigo mesmo: “Essa não é a resposta que eu queria, mas ele tem razão: 1 mais 1 de fato dá 11”.

E prosseguiu: “Quais são as letras iniciais dos dias da semana?” O candidato começou: “H, A”. O delegado logo o interrompeu: “Não tem nenhum dia da semana que começa com H e nem com A”. Ao que o candidato respondeu: “Tem, sim: Hoje e Amanhã”.

O delegado novamente ficou surpreso. Mas, enfim, o homem não estava totalmente errado, pois hoje e amanhã de fato iniciam com A e H. “Agora, ouça com atenção!”, disse o delegado: “Quem matou John Kennedy?” O candidato pensou, pensou, e finalmente admitiu: “Eu não sei”. O delegado respondeu: “Bem, então vá para casa e investigue este caso”.

O candidato saiu todo contente e disse, orgulhosamente, aos seus amigos que o aguardavam ansiosos lá fora: “A entrevista foi ótima! A minha vaga na delegacia está garantida! Primeiro dia de trabalho, e já estou trabalhando num assassinato de repercussão internacional”.

Parece que foi mais ou menos assim que Dan Brown, no Código Da Vinci e, mais recentemente, James Cameron, em A Tumba Perdida de Jesus, foram investigar a vida de Cristo. Assim como se sabe hoje quem matou John Kennedy, também se sabe com toda clareza tudo a respeito de Cristo, tanto da sua vida, como da sua morte e ressurreição. Está tudo registrado nas Escrituras Sagradas.

James Cameron, em A Tumba Perdida de Jesus, procura encontrar os restos mortais de Jesus, como ossos, cabelos e roupa. Se ele fosse procurar na Bíblia, ele teria encontrado com muita facilidade o relato de que Cristo não ficou na sepultura, mas que ele saiu de lá no terceiro dia e, que, como prova disso apareceu a muitas pessoas.

Dan Brown, no O Código Da Vinci, procura provar que Maria Madalena era a mulher de Jesus, com quem deixou filhos espalhados pelo mundo afora. Tudo isso baseado num quadro que Leonardo Da Vinci pintou.

Leonardo Da Vinci viveu nos tempos de Lutero, lá pelos anos de 1500. Ele pintou muitos quadros baseados em relatos bíblicos. Um destes quadros que ele pintou é A Última Ceia. Neste quadro Jesus aparece ao lado dos discípulos celebrando a Páscoa, uma festa judaica que lembrava a saída do povo de Israel do Egito, ocasião em que ele instituiu a Santa Ceia.

Dan Brown, examinando este quadro, diz que aquele personagem ao lado direito de Jesus, que parece ser o apóstolo João, é na verdade Maria Madalena. Dali ele tira várias conclusões, que até então só ele tinha percebido e que deixou muita gente intrigada.

No livro O Código Da Vinci, uma obra de ficção que depois foi transformado em filme, Dan Brawn aborda a vida de Jesus de uma maneira completamente antibíblica e questiona o cristianismo com falsificações grosseiras, fontes não confiáveis e fatos não comprovados, com o claro objetivo de negar a divindade de Cristo. Porém muitas pessoas, que em vez de acreditar no que a Bíblia diz preferem ir atrás de mentiras, estão indo na conversa de Dan Brawn, achando que tudo isso é verdade.

A Bíblia nunca escondeu nada, sempre procura dizer a verdade. A Bíblia podia ter omitido o adultério do rei Davi com Bate Seba, a briga do apóstolo Paulo com Pedro por causa da falsidade deste último e a mentira de Ananias e Safira que quiseram enganar a igreja com as suas ofertas. Mas não o fez porque ela sempre diz a verdade.

Assim também é com respeito à Maria Madalena. Se ela realmente fosse a mulher de Jesus, os evangelistas teriam relatado isso. Por que não?

Jesus era, além de Deus, um ser humano. Ele tinha todos os sentimentos que um ser humano pode ter. Se ele quisesse se casar, do ponto de vista bíblico não havia nenhum impedimento. Ele não se casou porque não quis, porque recebeu de Deus o dom da castidade.

Mas, logo com a Maria Madalena? Perguntam muitos. Mas qual o problema? Maria Madalena foi uma mulher da vida, porém deixou para trás a sua vida de pecados quando se converteu e começou a viver uma nova vida. A partir da sua conversão, Maria Madalena procurou ser uma fiel seguidora de Cristo. Ela sempre está entre o grupo de mulheres que estão auxiliando a Jesus, onde lhe era possível (Lucas 8.1-3). O fato de ela ser uma das primeiras a avistar Jesus depois da sua ressurreição mostra como ela era importante para Jesus (Marcos 16.9). Porém não foi somente a ela que Jesus apareceu; Jesus apareceu a muitas outras pessoas, tanto homens como mulheres.

Nós devemos ter muito cuidado para não acreditar em qualquer coisa, de ir atrás de tudo quanto é conversa ou invenção de homens. Ou nós somos cristãos e acreditamos naquilo que a Bíblia diz ou desistimos de ser cristãos e acreditamos em invenções humanas em lugar de acreditar na Bíblia.

Paulo foi um apóstolo de Cristo. Ele escreveu vários livros da Bíblia. Num desses livros, dirigindo-se a Timóteo, Paulo diz o seguinte: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste instruído, sabendo de quem aprendeste. E que desde a infância sabes as Sagras Letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Pois toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.14-16).

Conforme as palavras de Paulo, a Bíblia que Timóteo havia apreendido com a sua mãe e depois com ele, não era um livro qualquer, mas a própria Palavra de Deus. E como Palavra de Deus ela podia fazer uma coisa que nenhum outro livro pode fazer: torná-lo sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.

Paulo sabia que aquilo que ele conhecia (o Antigo Testamento), como aquilo que estava sendo escrito (o Novo Testamento) não eram simples palavras de homens, mas do próprio Deus.

Embora homens a estivessem escrevendo, as palavras, os pensamentos e o conteúdo eram do Espírito Santo. Ele sabia disso porque, conforme diz o apóstolo Pedro: “Nenhuma profecia das Escrituras provém de particular elucidação: porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana. Entretanto, homens falaram movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.21,22).

O objetivo de James Cameron e Dan Brawn em querer mostrar que Jesus era casado, que teve filhos e que não ressuscitou dos mortos, é tentar negar a divindade de Cristo, de que Jesus era Deus, uma doutrina claramente ensinada pelas Escrituras Sagradas.

Quando alguém procura negar uma doutrina bíblica, claramente revelada pelo Espírito Santo nas Escrituras Sagradas, esta pessoa está cometendo uma blasfêmia, está correndo o risco de cometer o pecado contra o Espírito Santo, para o qual não há perdão.

Os judeus, quando viram certa vez Jesus fazendo milagres, em vez de admitir a divindade de Cristo, começaram a dizer que Jesus era o chefe dos demônios, por isso é que ele fazia esses milagres. Jesus então lhes adverte de que eles estavam cometendo um grande pecado para o qual não há perdão, que é pecado contra o Espírito Santo. Diz ele: “Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir” (Mateus 12.31,32).

Jesus veio ao mundo para nos salvar de todos os pecados, da morte e do poder do diabo. Para isso ele tinha que ser verdadeiro Deus e ao mesmo tempo verdadeiro homem. Tinha que ser homem, pois Deus não pode morrer. Tinha que ser Deus, pois um ser humano não pode salvar outro ser humano, conforme dizem as Escrituras Sagradas: “Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate, pois a redenção da alma deles é caríssima” (Salmo 49.7). E o apóstolo Pedro acrescenta, dizendo: “Não foi mediante coisas corruptíveis, como ouro ou prata, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem mácula, o sangue de Cristo” (1 Pedro 1.18,19).

A maneira que Deus estabeleceu para salvar a humanidade perdida, desde a criação do mundo, foi através da morte expiatória de Cristo. Fora de Cristo não há salvação. Diz o apóstolo Pedro: “Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12).

Isto quer dizer que, se queremos ser salvos, a única solução é arrependermos-nos dos nossos pecados e aceitar a Cristo como o nosso Salvador. Sem isso não há remissão dos pecados, nem vida e nem salvação. Por isso diz o Salvador Jesus no final do evangelho de Marcos: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado, será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 16.15,16).

Deixemos, pois de lado todas as histórias fantasiosas de pessoas mal-intencionadas e creiamos naquilo que a Bíblia diz, pois é preferível acreditar na Bíblia, que é a palavra infalível de Deus, do que acreditar nos ensinamentos dos homens.

Mesmo que o mundo zombe de nós e diga que somos tolos em acreditar naquilo que a Bíblia diz, nós continuamos a acreditar na Bíblia, pois ela é a palavra de Deus que nos diz donde viemos e para onde vamos: fomos criados por Deus e estamos a caminho dos céus.


Lindolfo Pieper

Jaru, RO – Brasil

Igreja Evangélica Luterana do Brasil


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

OS CAMINHOS DE DEUS


Conta-nos uma lenda oriental que havia certa vez três árvores em uma floresta. Elas conversavam entre si, planejando o que queriam ser quando ficassem adultas.

Uma das árvores disse que, quando crescesse, queria ser transformada num belo palácio. A outra disse que, quando crescesse queria ser transformada em um espaçoso navio, que velejasse pelos mares, carregando reis e príncipes. A terceira árvore disse que queria permanecer na floresta, apontando sempre para Deus, o criador de todas as coisas.

Um dia veio o lenhador e cortou a primeira árvore. Mas, ao invés de ser utilizada em um palácio, a sua madeira foi empregada na construção de um curral de gado, onde nasceu o Menino Jesus.

As pranchas de madeira da segunda árvore, que queria ser um grande navio, foram aproveitadas na armação de um pequeno barco que, singrando docemente ás águas do mar da Galiléia, conduzia o Mestre Jesus, o qual, do seu convés, pregava às multidões.

Finalmente, a terceira árvore, que queria ficar de pé, apontando para Deus, foi convertida em uma cruz, onde foi pregado o Redentor da humanidade. Desde então aquela cruz, instrumento de suplício atroz, vem apontando o amor de Deus aos homens.

Diz-se que Deus escreve certo por linhas tortas. Nem sempre os nossos ideais combinam com a vontade de Deus. Às vezes planejamos uma coisa e Deus, na sua sabedoria, traça outros caminhos para nós.

Entretanto, tudo o que Deus faz, ele visa sempre o nosso bem. Diz ele na sua Palavra: “Porque os meus pensamentos não sãos os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos” (Isaías 55.8,9).

Se nós formos olhar para a vida de Jesus, parece que tudo deu errado. Primeiro: ele nasceu numa estrebaria, num curral de gado.

Era de se esperar que Jesus nascesse num palácio. Afinal, ele era o Filho de Deus, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Foi por isso que os magos do oriente, quando vieram adorar o Menino Jesus, o procuraram no palácio do rei Herodes em Jerusalém. Mas lá não havia ninguém. O rei Herodes nem sabia do seu nascimento, nem tampouco o povo de Jerusalém.

Depois, no seu ministério, ele foi rejeitado e desprezado. Ele não foi bem aceito pelos homens. Diz o apóstolo João: “Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam” (João 1.11).

Às vezes ele não tinha nem lugar para dormir, para descansar o corpo. Por isso, num certo lugar dos Evangelhos, ele reclama, dizendo: “As raposas têm os seus covis, as aves dos céus ninhos, mas o Filho do homem não tem nem onde reclinar a sua cabeça” (Mateus 8.20).

E, finalmente, no fim de sua vida ele foi humilhado, desprezado e colocado numa cruz como um criminoso, como um marginal, como um bandido. Parecia que ele estava sozinho, que até o próprio Deus o havia abandonado. Por isso, como que desesperado, ele clama no alto da cruz: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Mateus 27.46).

Mas Deus não o havia desamparado. Tudo o que estava acontecendo com ele estava nos planos de Deus: desde o seu humilde nascimento, até a sua morte na cruz. Isso tudo havia sido predito pelos profetas. Esse era o plano de Deus para salvar o mundo.

O profeta Isaías, por exemplo, depois de descrever em minúcias o seu sofrimento e morte no capítulo 53 do seu livro, conclui dizendo: “Quando ele [Jesus] olhou para trás e viu o fruto do seu trabalho, ele ficou satisfeito”.

E em Filipenses 2 o apóstolo Paulo diz: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homem; e reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2.5-11).

Assim também na nossa vida, muitas vezes sofremos grandes decepções. Nem tudo acontece como planejamos. Como aquelas três árvores, planejamos tantas coisas, queremos fazer isso e aquilo. Depois, com o passar do tempo, vemos que tudo parece ter dado o contrário, nada daquilo que planejamos deu certo.

Isso acontece por duas razões. Primeiro, porque nós somos muito imediatistas. Só olhamos para a ponta do nariz e não procuramos ver o futuro, o que vem depois.

Segundo, porque nós não incluímos a Deus nos nossos planos. Ignoramos a vontade de Deus, que muitas vezes muda os nossos planos para nos fazer felizes para sempre.

Nós estamos nas mãos de Deus. Nada acontece por acaso. Quando nascemos, Deus já estabelece o tempo que vamos viver aqui na terra. Diz o salmista no Salmo 139: “No teu livro foram escritos todos os dias da minha vida, cada um deles escrito e determinado quando nem um deles havia ainda”.

Se vivermos de acordo com a vontade de Deus e usarmos de responsabilidade, Deus vai conduzindo a nossa vida de tal modo, que no fim tudo vai acontecer conforme ele determinou.

Jesus, em Mateus 10, ele diz que nenhum pardal, por mais insignificante que seja, morre antes da hora e que até os fios de cabelos da nossa cabeça estão contados, e que eles só caem quando Deus o permitir. E ele pergunta dizendo: “Será que vocês não valem muito mais do que os pardais?”.

Se Jesus tivesse se revoltado contra Deus e não quisesse se submeter a sua vontade, ele não teria sido o Salvador do mundo. Mas ele soube dizer: “Não se faça a minha, mas sim a tua vontade”.

Não é errado fazer planos, orar que Deus abençoe a nossa vida e querer ser feliz. O próprio Deus fez planos. Quando, por exemplo, Deus criou o mundo, ele primeiro planejou tudo. Ele poderia ter criado o mundo num só dia. Mas para mostrar que ele é organizado, ele criou o mundo em seis dias.

Deus também planejou a nossa salvação. Ele poderia ter enviado o Salvador Jesus logo que os homens caíram em pecado. Mas ele não o fez.

Jesus, segundo o plano de Deus, só viria ao mundo 4000 anos depois. Ele nasceu na cidade de Belém, segundo o plano de Deus. Viveu na Judéia e morreu em Jerusalém, tudo segundo o plano de Deus.

E, segundo o plano de Deus, Jesus um dia voltará. Isso vai acontecer quando o Evangelho for pregado em todo mundo. Então virá o fim.

Ele não virá mais como um bebê indefeso, mas em glória e majestade. Virá para julgar os vivos e os mortos, quando “ao nome de Jesus se dobrará todo o joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Filipenses 2.10,11).

Seguindo o exemplo de Deus, também nós podemos planejar. Podemos planejar o que queremos ser, podemos planejar o que queremos fazer ou deixar de fazer.

Errado é não incluir a Deus em nossos planos, é querer obrigar Deus a fazer sempre a nossa vontade e não vontade dele.

O apóstolo Tiago, por exemplo, nos diz: “Agora escutem, vocês que dizem: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos fazendo negócios e ganhando muito dinheiro! Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são apenas como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isso ou aquilo” (Tiago 4.13-15).

Além de incluir Deus nos nossos planos, devemos ainda nos submeter à vontade de Deus, dizendo sempre, como nos ensinou o Salvador Jesus: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”.

Deus sempre deseja o nosso bem. Ele sabe o que é melhor para nós. Às vezes planejamos alguma coisa, depois descobrimos que isso não é bom para nós.

Além disso, Deus usa tudo o que nos acontece para o nosso bem. Até as coisas aparentemente más.

Aquelas três árvores planejaram uma coisa. Os seus planos se cumpriram, mas não exatamente como elas planejaram. Diz o rei Salomão em Provérbios 16: “O homem faz planos, mas Deus traça os seus caminhos”. Em outras palavras: o homem planeja e Deus maneja. É como diz um ditado popular, já mencionado: “Deus escreve certo por linhas tortas”.

Por isso, ao fazermos qualquer plano, pensemos sempre em Deus. Peçamos a sua orientação, na certeza de que Deus fará com que todas as coisas que nos acontecem cooperem para o nosso bem.

Lindolfo Pieper

Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

OBEDIÊNCIA PATERNA


Certa vez um casal resolveu trazer para dentro de casa um velhinho. Enquanto ele ainda tinha forças tinha o seu lugar na mesa. Mas, à medida que ele ia envelhecendo, as suas mãos começaram a tremer e ele não conseguia segurar o prato na mão. Assim, além de sujar a mesa, freqüentemente quebrava a louça. Para acabar com isso o casal decidiu colocá-lo no paiol e arrumar-lhe um prato de madeira para comer.

O tempo foi passando. Um dia o casal foi surpreendido vendo o seu filho de oito anos fabricando um cochinho de madeira. O pai lhe perguntou para que ele estava fazendo aquilo. E o filho respondeu: “Este cochinho é para, quando o papai e a mamãe ficarem velhos como o vovô poderem comer nele, para não quebrar a louça”.

O pai compreendeu o seu erro, o mau exemplo que estava dando para o seu filho, e mandou tirar o velhinho imediatamente do paiol e trazê-lo novamente para dentro da casa, onde ele pôde comer de novo na mesa.

Assim como esse casal, muitas pessoas, quando os seus pais ficam velhos, os colocam num paiol para não atrapalhar ninguém. Conheço idosos que trabalharam a vida toda a fim de dar algum futuro para os seus filhos, como: uma casa, um terreno ou uma profissão. Hoje, quando estão velhos, em que não podem mais trabalhar, não têm onde ficar: ou têm que ir de casa em casa, como mendigos; ou são colocados num paiol, para não atrapalhar ninguém.

Será que é justo isso, abandonar aqueles que tanto se preocuparam conosco, que praticamente deram a sua vida por nós? Será que é correto desamparar os nossos pais na velhice, colocando-os em um paiol qualquer, como se fossem um ferro velho?

Deus nos deu pais para que cuidassem de nós. Agora, quando estão velhos, ele espera que cuidemos de nossos pais, dando-lhes sustento, amor e carinho. O mandamento “honrarás o teu pai e a tua mãe” também se aplica aqui.

José era o governador do Egito, a pessoa mais importante depois do rei Faraó. Todo povo do Egito devia servi-lo e honrá-lo.

Durante muitos anos o pai de José foi pastor de ovelhas, habitando na terra de Canaã. Sendo Jacó idoso, José o convidou para residir com ele no Egito. Jacó aceitou o convite. E, quando se aproximava do Egito, José correu ao seu encontro, lançou-se nos seus braços e chorou de alegria.

Mesmo sendo o poderoso senhor do Egito e seu pai um simples pastor de ovelhas, José prestou toda a honra ao seu velho pai. Levou-o à presença do rei, que lhe ofereceu as melhores terras do Egito para ele poder viver.

Enquanto Jacó estava vivo, José fez de tudo para proporcionar-lhe aquilo que ele necessitava para se sentir feliz. Quando Jacó faleceu, José o sepultou com grande honra e chorou profundamente a sua morte.

José é um exemplo de filho que soube honrar o seu pai, mesmo sendo ele a pessoa mais importante do Egito. Não o desprezou, antes o cobriu de honra e cuidou dele até o fim de sua vida.

Você, que ainda tem os seus pais vivos, em idade avançada, cuide bem deles. Lembre-se que o seu filho o está observando. A maneira como você tratar os seus pais na velhice, assim você também poderá ser tratado pelos seus filhos quando ficar velho.

Hoje os filhos acham que não precisam mais obedecer aos seus pais. Acham que sabem mais do que eles e que não necessitam dos seus conselhos. Chamam os seus pais de velho, coroa e caduco, como se eles fossem pessoas ultrapassadas. Muitos filhos mandam até matar os seus pais quando são contrariados por eles.

Para estes os pais são bons enquanto são pequenos, quando estão doentes ou quando têm um nenê na barriga. Mas, quando ficam grandes, arranjam um emprego, então o pai é um objeto descartável. Ficam loucos, igual um urubu, esperando o pai morrer para poderem ficar com a herança.

Eles se esquecem de que os pais são os nossos melhores amigos e que Deus os colocou como o seu representante aqui na terra. Por isso ele espera que nós os respeitemos e os tratemos com todo carinho. Diz ele na sua Palavra: “Filhos, em tudo obedecei aos vossos pais, pois isso é justo diante do Senhor” (Colossenses 3.20).

E o apóstolo Paulo acrescenta, dizendo: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores, porque não há autoridade que não procede de Deus. E as autoridades que existem foram por ele instituídas” (Romanos 13.1).

É um pecado muito grande desobedecer, desprezar ou irritar os pais. Deus, na sua Palavra, promete castigar aos filhos que desprezam os seus pais. Diz ele em Provérbios 30: “Quem caçoa do seu pai ou despreza a sua mãe, será comido pelos urubus ou terá os seus olhos arrancados pelos corvos”.

Na Bíblia encontramos muitos exemplos em que os filhos foram castigados por Deus por haverem desobedecido aos seus pais, como Absalão e os filhos de Eli.

Eli era sacerdote em Israel. Ele tinha dois filhos que não queriam lhe obedecer. Deus os avisou através do profeta Samuel que ele os iria castigar se continuassem a desobedecer aos seus pais. Mas eles não deram ouvidos ao Senhor. E Deus os castigou com a morte, fazendo com que os dois morressem no mesmo dia.

Absalão era filho do rei Davi. Ele não apenas desobedeceu ao seu pai, mas ainda tentou derrubá-lo do trono para ficar em seu lugar. Absalão foi ferido pelo Senhor, morrendo pendurado numa árvore.

O quarto mandamento nos ordena amar e respeitar pai e mãe e os tratar com todo carinho. Devemos nos esforçar para honrá-los e torná-los felizes enquanto estiverem conosco aqui na terra.

De um lado, Deus ameaça castigar os que desobedecem aos seus pais. Mas, de outro lado, ele promete abençoar com uma vida longa e feliz os filhos que respeitam os seus pais e fazem tudo para torná-los felizes. Diz ele na sua Palavra: “Filhos, obedecei aos vossos pais, pois fazê-lo é grato diante do Senhor. Honra o teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem e vivas muito tempo sobre a terra” (Efésios 6.1-3).

Este é o primeiro e único mandamento com promessa. Isso mostra como é importante este mandamento, como Deus se agrada daqueles que obedecem aos seus pais.

Certa vez um pai pediu o seu filho para que não fosse ao baile, pois achava que não ficava bem um cristão participar de um ambiente assim. Mas o filho não o obedeceu. Pegou a sua moto e foi. De madrugada os seus pais ficaram sabendo que ele fora atropelado por um carro e morrido.

Um rapaz, recém confirmado, quis ir a um rio para tomar banho. A sua mãe achou muito perigoso dele ir, pois o rio era muito fundo. Ele, porém, contrariando a sua mãe, foi assim mesmo. Resultado: ele foi dar um mergulho, bateu a cabeça numa pedra no fundo do rio e ficou paraplégico.

Estes jovens poderiam estar vivos e com muita saúde até hoje se tivessem obedecido aos seus pais. Mas eles não o fizeram e acabaram se dando mal, assim como se deram mal Absalão, Hofni e Finéias.

Você que tem pai e quer homenageá-lo no seu dia, tem se lembrado do quarto mandamento da lei de Deus? Tem você obedecido o seu pai e lhe prestado a devida honra, como Deus pede? Na vida diária, como você tem agido: como Hofni e Finéias ou como o menino Jesus?

Diz-nos o evangelista Lucas que Jesus, mesmo sendo o Filho de Deus, era submisso aos seus pais e fazia tudo o que eles lhe mandavam. Será que você é mais importante do que Jesus, que não precisa obedecer aos seus pais?

Lembre-se: pai nós só temos um. Eles, por mais falhos que possam ser sempre querem o nosso bem. Eles são os nossos melhores amigos. Eles nos foram dados por Deus.

Se nós quisermos ser feliz e ter uma vida abençoada, temos que respeitar os nossos pais e tratá-los com todo carinho; pois, conforme o quarto mandamento, quem obedece pai e mãe, Deus promete recompensar com uma vida longa e feliz.

Aprendamos, pois, a respeitar os nossos pais a fim de que Deus possa continuar nos abençoando: dando-nos paz e alegria aqui na terra e, no futuro, a vida eterna que ele em sua graça nos promete dar. Em nome de Jesus. Amém.

Lindolfo Pieper

Jaru, RO – Brasil

Igreja Evangélica Luterana do Brasil

segunda-feira, 28 de julho de 2008

CONTRATEMPOS

Todos nós conhecemos o hino “Já refulge a glória eterna”. Ele está praticamente em todos os hinários e é muito cantado nas igrejas. O estribilho desse hino diz: “Glória, glória, aleluia!” que é repetido três vezes. Como este hino tem três estrofes, o “Glória, glória, aleluia!” é repetido nove vezes toda vez que este hino é cantado.

É muito fácil cantar “Glória, glória, aleluia!” quando tudo vai bem, quando se está contente e feliz. Porém, quando as coisas ficam difíceis, nas horas de sofrimento e dor, aí a coisa muda de figura. Nessas horas é mais fácil xingar, praguejar e reclamar do que louvar a Deus.

Muitas pessoas são bons cristãos quando vai tudo bem na sua vida, quando estão num mar de rosas. Quando tudo vai bem, vêm aos cultos, contribuem e até lêem algumas vezes a sua Bíblia. Mas quando as coisas ficam difíceis, quando vêm os contratempos, então ficam com raiva, fecham a cara e abandonam a igreja.

Aliás, é nos contratempos, nas dificuldades e momentos difíceis que se conhece a vida espiritual de uma pessoa e se descobre se ela é realmente cristã ou não. Uma pessoa na dificuldade faz uma das duas coisas: ou se revolta contra Deus ou se refugia nele. E, dependendo da sua fé, ela até o louva.

Quantas pessoas que diziam ser cristãs, quando ia tudo bem na sua vida liam a Bíblia, freqüentavam os cultos e ajudavam na manutenção da igreja. Mas quando entraram em dificuldades abandonaram a sua fé e se tornaram em inimigos de Deus.

Certa vez um homem fez uma grande plantação de trigo. Ele esperava colher naquele ano tanto trigo como nunca havia colhido. Porém, para a sua desgraça a chuva começou a faltar bem na hora em que o trigal estava soltando cacho. E pouco a pouco a sua esperança de uma grande colheita se foi indo.

Quando ele viu que não ia colher nada naquele ano, começou a reclamar e a zombar de Deus. Até que finalmente resolveu pegar a espingarda para dar um tiro no sol, afirmando que se aquilo fosse o olho de Deus ele o estouraria. Só que o tira, em vez de estourar o olho de Deus, estourou os seus próprios olhos, como um castigo divino.

Outro homem perdeu a esposa num acidente de carro. Todo dia ele ia ao cemitério, onde levantava os punhos para os céus e reclamava de Deus, querendo saber por que Deus tinha levado a sua mulher.

Porém, a pessoa que é de fato cristã, age diferente. Mesmo não entendendo porque certas coisas acontecem com ela, ela confia em Deus e se conforma com a sua vontade. E, em lugar de se revoltar contra Deus e se afastar dele, se aproxima cada vez mais dele e o busca. Como os pintinhos que em meio aos perigos buscam as asas da mãe galinha, assim o cristão, em momentos de dificuldades, refugia-se em Deus. Diz a Palavra de Deus no Salmo 46: “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares, ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes estremeçam”.

E o apóstolo Paulo acrescenta dizendo: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8.35-39).

Paulo e Silas haviam sido presos em Filipos. Eles eram cristãos e não tinham feito nada de errado. No entanto, foram presos como se fossem criminosos. Depois de haverem sido surrados com quarenta lambadas de chicote, que deixou marcas profundas no seu corpo, foram levados para o fundo da cadeia, onde tiveram que suportar o frio e o mau cheiro da prisão.

Era de se esperar que eles ficassem tristes e se revoltassem contra Deus, que deixou que eles fossem presos e sofressem inocentemente. Mas, o que eles fazem? Eles louvam a Deus, deixando todo mundo impressionado, até mesmo o guarda da cadeia.

Jó, além de crer em Deus, era muito rico, dono de muitas terras e gado. E, de uma hora para outra, ele perdeu tudo o que tinha: o seu gado, a sua casa, a sua mulher e os seus filhos.
Mas Jó não se revoltou contra Deus. Antes, pelo contrário, ele o louva, dizendo: “Nu saí do ventre da minha mãe e nu voltarei. O Senhor o deu e o Senhor o tomou, bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21).

A história nos conta que quando os cristãos do primeiro século, por causa de sua fé, eram lançados para dentro das jaulas de animais ferozes para serem devorados pelos leões famintos, eles davam as mãos uns aos outros e começavam a cantar hinos de louvor.

No Antigo Testamento encontramos a história de Habacuque, o autor de um dos livros da Bíblia que leva o seu nome. Habacuque estava enfrentando um contratempo muito grande na sua vida. Ele havia formado um bonito pomar, havia enchido a sua terra de plantação. Mas, de repente veio a seca e tudo começou a morrer: o seu gado, o seu pomar e a sua roça.

E, diante da seca, da morte dos animais e da fome, o que faz Habacuque? Ele se revolta contra Deus? Não. Ele o louva e exalta, dizendo: “Ainda que a figueira não floresça, nem há fruto na vide. Ainda que o produto da oliveira minta e os campos não produzem alimento. Ainda que as ovelhas forem arrebatadas do aprisco e no curral não há gado. Eu, todavia, me alegro no Senhor: exulto no Deus da minha salvação” (Habacuque 3.17-18).

A pergunta que se faz é: Por que esse homem conseguia se manter firme? Por que Habacuque não se desespera no meio da provação e amaldiçoa a Deus? Ele mesmo nos responde, dizendo: “O Senhor Deus é a minha fortaleza, ele me faz andar altaneiramente” (Habacuque 3.19).

Aqui está a explicação porque Habacuque, apesar de todos os contratempos, se mantinha firme: era Deus que lhe dava força para isso e o fazia andar de cabeça erguida. É como diz o profeta Neemias no capítulo 8 do seu livro: “A alegria do Senhor a nossa força é”.

E um hino muito conhecido, baseado neste texto, acrescenta dizendo: “Se tu tens alegria poderás cantar, se tu tens alegria poderás sorrir, se tu tens alegria poderás dizer: alegria sem medida ele (Deus) dá”.

Paulo, Silas, Jó e Habacuque eram homens de muita comunhão com Deus. Eram homens de oração, pessoas que viviam realmente a sua fé. Esse era, portanto, o segredo de sua vida: a comunhão com Deus.

Esse é também o segredo para nós hoje, se quisermos superar as dificuldades da vida do dia-a-dia: a comunhão com Deus através da fé em Cristo Jesus.

Só Deus pode nos ajudar nas horas de provação, de dificuldades e problemas. Ele o faz, fortalecendo a nossa fé, mediante o uso constante da sua Palavra.

Por isso, procuremos manter-nos em constante comunhão com Deus, lendo a sua Palavra, orando, participando dos cultos e da Santa Ceia. Só assim, fazendo uso dos meios que Deus nos deu, é que podemos nos manter firmes quando vierem as dificuldades da vida. Amém.


Lindolfo Pieper

Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil