sábado, 5 de fevereiro de 2011

O VENTO E O SOL


O vento e o sol apostaram, certa vez, qual dos dois seria capaz de tirar o casaco de um viajante que andava pelo deserto.

O vento trabalhou primeiro. Soprou uma rajada forte sobre o capote do viajante. O homem, que trazia o seu agasalho desabotoado, ao sentir o impacto do vento, segurou e abotoou o seu casaco. Sentindo-se frustrado na primeira tentativa, o vento redobrou a sua força e começou a atacar o viajante cada vez com mais intensidade. E, quanto maior era a violência do vento, mais o homem se protegia. Embora rolando no chão, agarrava o seu capote e o segurava com firmeza.

O vento perdeu. O viajante se compôs. Limpou as suas vestes e prosseguiu a viagem. Agora com o capote inteiramente abotoado.

Agora era a vez do sol. O sol não fez nenhum escarcéu. Nenhum barulho se lhe ouviu. Calmo e sereno, atirou um dos seus raios sobre o viajante. Após um minuto, o homem abriu um dos botões. Mais adiante, outro. Um pouco mais adiante, começou a tirar o capote. Até tirá-lo completamente. E o sol venceu.

Essa história é uma ilustração perfeita daquilo que o profeta Zacarias diz no seu Livro, capítulo 4, versículo 6: “Não por força, nem pela violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”.

Muitas pessoas querem converter os outros a força, de levá-los a Cristo na marra. Mas com isso acabam afastando-os ainda mais de Deus, tornando o cristianismo uma coisa antipática aos seus olhos.

Essas pessoas se esquecem de que a conversão de uma pessoa não é obra humana, mas sim de Deus. Diz o apóstolo Paulo na sua Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 3, versículos 5 a 7: “Somos somente servidores de Deus. Cada um de nós faz o trabalho que o Senhor deu para fazer: eu plantei, Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer. De modo que, nem o que planta, nem o que rega tem importância, mas sim Deus, que dá o crescimento”. E o Senhor, através do profeta Zacarias, acrescenta: “Não por força, nem pela violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”.

As muralhas de Jericó caíram pelo poder de Deus e não pela força humana. O Senhor disse ao povo de Israel, defronte ao Mar Vermelho: “Aquietai-vos e vede o livramento”. O povo se aquietou, o Senhor fez secar o mar e Israel atravessou o Mar Vermelho em terra enxuta.

Quando Nicodemos quis saber de Jesus como é que uma pessoa da sua idade podia nascer de novo, Jesus lhe explicou que isso não é obra humana, mas sim do Espírito Santo de Deus. Assim como o vento sopra, sem que saibamos donde vem, assim é todo o que nasce do Espírito, diz Jesus (João 3.4-8).

Não é através de gritos, berros e apelos insistentes do pregador que Deus converte uma pessoa, mas sim através da ação do Espírito Santo, que atua calmamente no coração do ser humano, usando os meios da graça que ele nos deu.

Aprendamos com os exemplos acima de que a obra de Deus não se realiza a base da força e da violência, mas com bondade e mansidão.


Lindolfo Pieper

Jaru, RO – Brasil

Igreja Evangélica Luterana do Brasil







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