sábado, 19 de fevereiro de 2011

NÃO SE ESQUEÇA DO MAIS IMPORTANTE


Conta uma lenda que certa mulher pobre, com uma criança no colo, ia passando diante de uma caverna. De repente ela escutou uma voz misteriosa, vinda lá de dentro, que lhe dizia: “Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: Depois que você sair, a porta se fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal”.

A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental. A voz misteriosa falou novamente: "Você agora só tem cinco minutos”.

Esgotados os cinco minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou. Lembrou-se, então, da criança que ficara lá dentro. Mas, a porta estava fechada para sempre! A riqueza durou pouco e o desespero, para sempre.

Também para nós soa a voz: “O tempo está passando. Não se esqueça do principal”. O principal em nossa vida são os tesouros eternos. Deus nos deu seu Filho, Jesus Cristo, para através dele termos acesso ao maior tesouro, que é a vida eterna. Pela fé nele temos a certeza e a garantia de que estaremos com ele na eternidade.

Muitas pessoas estão tão envolvidas com as coisas do mundo que se esquecem das coisas de Deus. Vivem como se não tivessem uma alma, como se tudo se resumisse ao corpo mortal. Por isso Jesus nos adverte, dizendo: “Não acumuleis para vós tesouros sobre a terra que a traça e a ferrugem corroem; mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não corroem, nem os ladrões roubam ou escavam. Onde está o tesouro, aí está também o coração” (Mateus 6.32).

Precisamos das coisas terrenas para a nossa sobrevivência. Mas, na hora decisiva, quando o portão da vida deste mundo se fechar, só uma coisa realmente terá validade: a fé em Jesus Cristo, que nos abrirá o portão para a vida eterna com Deus.

Por isso, não nos esqueçamos nunca do principal. Busquemos, enquanto há tempo, o tesouro espiritual chamado Jesus. Busquemo-lo através da sua Palavra, a Bíblia Sagrada, onde encontramos orientação, consolo, conforto e esperança – para esta vida e a vida que há de vir.


Lindolfo Pieper

Jaru, RO – Brasil

Igreja Evangélica Luterana do Brasil



sábado, 5 de fevereiro de 2011

O VENTO E O SOL


O vento e o sol apostaram, certa vez, qual dos dois seria capaz de tirar o casaco de um viajante que andava pelo deserto.

O vento trabalhou primeiro. Soprou uma rajada forte sobre o capote do viajante. O homem, que trazia o seu agasalho desabotoado, ao sentir o impacto do vento, segurou e abotoou o seu casaco. Sentindo-se frustrado na primeira tentativa, o vento redobrou a sua força e começou a atacar o viajante cada vez com mais intensidade. E, quanto maior era a violência do vento, mais o homem se protegia. Embora rolando no chão, agarrava o seu capote e o segurava com firmeza.

O vento perdeu. O viajante se compôs. Limpou as suas vestes e prosseguiu a viagem. Agora com o capote inteiramente abotoado.

Agora era a vez do sol. O sol não fez nenhum escarcéu. Nenhum barulho se lhe ouviu. Calmo e sereno, atirou um dos seus raios sobre o viajante. Após um minuto, o homem abriu um dos botões. Mais adiante, outro. Um pouco mais adiante, começou a tirar o capote. Até tirá-lo completamente. E o sol venceu.

Essa história é uma ilustração perfeita daquilo que o profeta Zacarias diz no seu Livro, capítulo 4, versículo 6: “Não por força, nem pela violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”.

Muitas pessoas querem converter os outros a força, de levá-los a Cristo na marra. Mas com isso acabam afastando-os ainda mais de Deus, tornando o cristianismo uma coisa antipática aos seus olhos.

Essas pessoas se esquecem de que a conversão de uma pessoa não é obra humana, mas sim de Deus. Diz o apóstolo Paulo na sua Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 3, versículos 5 a 7: “Somos somente servidores de Deus. Cada um de nós faz o trabalho que o Senhor deu para fazer: eu plantei, Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer. De modo que, nem o que planta, nem o que rega tem importância, mas sim Deus, que dá o crescimento”. E o Senhor, através do profeta Zacarias, acrescenta: “Não por força, nem pela violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”.

As muralhas de Jericó caíram pelo poder de Deus e não pela força humana. O Senhor disse ao povo de Israel, defronte ao Mar Vermelho: “Aquietai-vos e vede o livramento”. O povo se aquietou, o Senhor fez secar o mar e Israel atravessou o Mar Vermelho em terra enxuta.

Quando Nicodemos quis saber de Jesus como é que uma pessoa da sua idade podia nascer de novo, Jesus lhe explicou que isso não é obra humana, mas sim do Espírito Santo de Deus. Assim como o vento sopra, sem que saibamos donde vem, assim é todo o que nasce do Espírito, diz Jesus (João 3.4-8).

Não é através de gritos, berros e apelos insistentes do pregador que Deus converte uma pessoa, mas sim através da ação do Espírito Santo, que atua calmamente no coração do ser humano, usando os meios da graça que ele nos deu.

Aprendamos com os exemplos acima de que a obra de Deus não se realiza a base da força e da violência, mas com bondade e mansidão.


Lindolfo Pieper

Jaru, RO – Brasil

Igreja Evangélica Luterana do Brasil